Sementes de Acácia Mangium / Acácia
Mimosaceae
Acacia mangium Wild.
Nomes Populares: Acácia Mangium, Acácia Australiana, Forest Mangrove, Mangium Wattle.
Ocorrência: Nativa do norte do Estado de Queensland, na Austrália, Papua Nova Guiné e ilhas de Irian Java e Molucas, na Indonésia (TONINI e VIEIRA, 2006).As latitudes da área de distribuição estão compreendidas entre 1° a 19° S, e os principais populações se encontram a uma altitude que vai desde a próxima ao nível do mar até os 100 m, com um limite superior conhecido de 720 m (DORAN e SKELTON,1982).
Morfologia: Árvore perenifólia, de 10-15m de altura, de tronco ereto, cinza-pardo, com casca pouco salinte e levemente sulcado longitudinalmente. Ramificação fina, horizontal, espaçada, formando copa ovalada com folhagem densa. Folhas simpla, alternas, em ramos verdes, alados, dispostos espiriladamente, ovalado-lanceoladas ou ovalado-alongadas, largas, coriáceas, de pecíolo curto, ápice alongado, com nervuras salientes partindo da base, de 12-18cm de comprimento. As folhas são filódios permanentes que não evoluíram, não dando origem às folhas verdadeiras que deveriam ser pinadas. Inflorescências brancas, axilares, sem atrativo ornamental, com flores globulares brancas e estames numerosos. Frutos do tipo vagem, espiralados ou torcidos, marrons, curtos, deiscentes, com sementes pretas, pequenas, pendentes na vagem por um filamento amarelo, formadas de setembro a novembro.
Fenologia: A acácia é com freqüência uma árvore de grande porte que pode alcançar uma altura de 25 a 30 m, com um tronco reto que pode superar a metade da altura total da árvore. Seu tronco ereto, possui coloração cinza-pardo, com casca pouco saliente e levemente sulcado longitudinalmente. Quanto a ramificação, apresenta-se fina, horizontal, espaçada, formando copa ovalada com folhagem densa (INSTITUTO HÓRUS,s.d.).As folhas são simples e alternas, em ramos verdes e alados, dispostos espiriladamente, ovalado-lanceoladas ou ovalado-alongadas, largas, coriáceas, de pecíolo curto, ápice alongado, com nervuras salientes partindo da base, de 12-18cm de comprimento. Elas são filódios permanentes que não evoluíram, não dando origem às folhas verdadeiras que deveriam ser pinadas (INSTITUTO HÓRUS,s.d).Segundo o Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia – CPAFRO (2004), as flores encontram-se dispostas em espigas soltas de 10 cm de comprimento, solitárias ou unidas nas axilas superiores. As flores são pentâmeras, com cálice de 0,6-0,8 mm de comprimento, com lóbulos obtusos curtos, corola duas vezes tão longa quanto o cálice. Os frutos são do tipo vagem, espiralados ou torcidos, marrons, curtos, deiscentes, com sementes pretas, pequenas, pendentes na vagem por um filamento amarelo, formadas de setembro a novembro (INSTITUTO HORUS,s.d). Eles são lineares quando verdes, com 3- 5mm de largura, alcançando 7-8cm de comprimento (BARBOSA,2002).As sementes são lustrosas e podem ter o formato elipsóide, oval ou mesmo oblongo (2,5-3,5mm), dentro de uma coloração variando sempre dentro da tonalidade alaranjada (BARBOSA,2002).
Madeira: A madeira da Acacia mangium apresenta densidade básica que varia de 420 a 500 kg/m³, considerada dura, de cerne marrom-claro e alburno creme-claro, podendo ser facilmente serrada, aplainada, polida (LEILLES et al.,1996), colada, pregada e receber tratamento preservativo como o CCA para aumentar sua durabilidade em contato com o solo.O poder calorífico da madeira está numa faixa de 4.800 a 4.900 kcal/kg (LEILLES et al.,1996).
A qualidade de sua madeira foi comparada à da Teca (Tectona grandis), apresentando excelente aceitação no mercado de exportação e alcançando preços iguais, a exemplo dos plantios feito na região de Ramanathapuram, na Índia (CASTRO e CIA, s.d.).
Usos da MadeiraO aproveitamento da madeira é direcionado, principalmente, para polpa de celulose. Porém, a espécie possui aptidão para produção de moirões, construção civil, (BALIEIRO et al.,2004) além de possibilitar a produção de carvão e outros produtos como MDF, aglomerados e compensados (SCHIAVO E MARTINS,2003).
Segundo NAS (1983) apud Barbosa (2002), na forma natural é muito utilizado para produção de madeira serrada e lenha devido a densidade de sua madeira. Em plantios silviculturais em estudos que podem levar ao aproveitamento de movelaria de baixo custo (BARBOSA,2002).Pesquisas desenvolvidas nas Filipinas mostraram a viabilidade técnica e econômica de se produzir casa de excelente qualidade a partir da madeira de Acacia mangium, mediante a sua transformação em tábuas de fibra de madeira e cimento (Wood wool cement board) que além das características mencionadas, não aquece, dissipa ruído, usa pouco cimento, e é resistente a fungos, cupins e à água (CASTRO e CIA,s.d.).Sua madeira é largamente utilizada nas indústrias de base florestal para a fabricação de papel e celulose; móveis de excelente qualidade, portas, carvão, madeira-cimento, aglomerados, laminados, tábua de fibra de madeira e muito mais. Pode ser utilizada suas folhas para alimentação bovina, possui 41% de proteina em suas folhas. Sendo aproveitado também o mel extraído das folhas e flores, da própolis, da cera, da geléia real e da forragem.Sua madeira é utilizada na fabricação de móveis, papel, portas, carvão, MDF, aglomerados, laminados e moradias.
Idade Ideal par Corte: Esta planta cresce cerca de 5 metros por ano. Em 5 anos já está com uma madeira de boa aceitação no mercado nacional e internacional. A madeira do desbaste também é aproveitada.
Informações Complementares: O plantio de Acacia Mangium devidamente planejado, permite a perfeita intercalação de culturas agrícolas como o feijão, milho, arroz, soja, amendoim etc., nos dois primeiros anos. A partir do terceiro ano de plantio, a exploração da pecuária dentro da floresta é perfeitamente exeqüível, podendo criar até 2,5 cabeças por hectare. A copa ampla e densa permite o seu emprego como quebra-ventos para o cafeeiro, contra a ação dos ventos gelados do inverno (CASTRO e CIA, s.d.).Quanto à utilização em produtos serrados e laminados, são necessários tratamentos silviculturais, que melhorem a qualidade da madeira, como a desrama. A desrama é um procedimento que aumenta o valor comercial e a qualidade da madeira (SCHNEIDER, 1999), porém, se realizada de forma inadequada, pode reduzir o crescimento, pela perda assimilatória ocasionada pela forte remoção da copa verde ou por danos bióticos causados por fungos (TONINI e VIEIRA, 2006).De acordo com Tuomela et al. (1996) apud Tonini e Vieira (2006), em razão de a A. mangium não apresentar desrama natural eficiente e possuir tendência a formar troncos múltiplos, esse procedimento, nos estágios iniciais, é considerado uma prática de manejo necessária, visando à melhoria da qualidade da madeira e à formação de fustes longos de grandes dimensões (TUOMELA et al., 1996) (TONINI e VIEIRA, 2006). Porém, Ito e Nanis (1997), ao avaliar o efeito da desrama na incidência de podridão-do-lenho de A. mangium na Malásia, sugerem que a primeira desrama seja feita em árvores jovens, com galhos pequenos e vivos.
A apicultura em áreas de reflorestamento do Brasil tem mostrando ser uma atividade empresarial lucrativa e atraente, a exemplo de uma empresa florestal de Minas Gerais que planejou produzir 1.200 toneladas de mel, em 2003, cuja produção seria destinada ao Japão, Alemanha, Jordânia e países do Oriente Médio.
As exportações brasileiras de mel passaram de 268.900 quilogramas, em 2000, para 11.240.000 quilogramas em 2002, sendo crescente a procura, ocasião em que o preço do mel atingiu R$150,00 o galão de 18 litros e R$120,00 o quilograma de própolis.
As folhas da Acácia prestam-se grandemente à produção de forragem para alimentação dos animais, por serem muito palatáveis por bovinos, ovinos e caprinos e possuírem 41% de proteína.Pesquisas científicas sobre suplementação alimentar de ovelhas conduzidas no Oeste da África mostraram que forragem de Acacia Mangium em mistura com Brachiaria humidícula, proporcionou ganho de 4,1 quilogramas de peso, para cada 100 quilogramas de peso vivo, após 21 dias.Plantio de Acacia Mangium para seqüestro de carbono atmosféricoO Brasil é um país tropical com clima favorável para fixação de carbono por espécies florestais, portanto apto a exploração e comércio do seqüestro de carbono, a exemplo de uma empresa florestal de Minas Gerais que fechou, recentemente, contrato da ordem de 35 milhões de dólares pela venda de certificado de crédito de carbono, para os próximos sete anos. As estimativas para este mercado são otimistas e espera-se uma movimentação anual de 10 bilhões de dólares, sendo que o Brasil tem excelente potencial para responder por parte significativa desse mercado.